EUA não descartam armar rebeldes da Líbia, diz embaixadora na ONU
A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Susan Rice, disse nesta terça-feira (29) que o governo Barack Obama não descarta armar os rebeldes líbios como opção para tentar encerrar o governo de 41 anos do ditador Muammar Kadhafi.
Um dia após o presidente Barack Obama ter defendido sua estratégia na Líbia em um discurso na TV, Rice afirmou que Kadhafi não deu sinais de que deixará o poder sem pressão contínua das potências ocidentais que impuseram uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia e usaram ataques aéreos para conter suas forças terrestres.
"No longo prazo, como o presidente disse, há outras coisas ao nosso dispor que talvez auxiliem a apressar a saída de Kadhafi", disse ela no programa "The Early Show" da rede CBS, como parte de uma série de entrevistas para emissoras norte-americanas. "Pode acontecer da noite para o dia", acrescentou.
Rebeldes líbios movimentam-se nesta terça-feira (29) na cidade de Bin Jawaad (Foto: AP)
Mais de 40 países e organizações internacionais se reuniram em Londres nesta terça-feira para planejar um futuro pós-Kadhafi para a Líbia. O Reino Unido e a Itália deram a entender que ele pode ter permissão de se exilar.Rice disse que os EUA irão manter a pressão financeira e diplomática sobre o governo líbio até Kadhafi renunciar e insinuou que novas medidas podem estar na mesa, incluindo armar os rebeldes líbios.
"Ainda não tomamos esta decisão, mas com certeza não a descartamos", declarou ela no programa "Good Morning America", da rede ABC.
"A mensagem para Kadhafi e aqueles próximos dele é que a história não está do seu lado. O tempo não está do seu lado. A pressão está aumentando", disse ela à ABC.
O senador republicano John McCain criticou a decisão de Obama de limitar a atual operação militar à proteção de civis e à ajuda aos esforços humanitários, dado que o objetivo da política dos EUA é depor Kadhafi.
"Se Kadhafi continuar no poder, veremos um impasse... o mesmo tipo de coisa que vimos com Saddam Hussein quando estabelecemos uma zona de exclusão aérea, sanções, etc, e durou 10 anos. Já vimos esse filme", disse.
McCain faz parte de um punhado de críticos que pediu o armamento dos rebeldes líbios.
Os Estados Unidos estão reduzindo seu envolvimento militar na Líbia a um papel coadjuvante após mais de uma semana de ataques aéreos, permitindo que a Otan assuma o comando total da força internacional.
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